quinta-feira, 17 de março de 2011


 



Acerca dos trajes
Os trajes que os componentes do R. C. actualmente utilizam, remontam a meados do século XIX. Nesta foto tirada no Jardim da Sereia em Coimbra num desfile etnográfico sobre Trajes da Região Centro (1980), à excepção de pequenas peças os trajes eram quase centenários (tinham pelo menos 90 anos).Porém, desde a formação do grupo (período próximo que antecedeu o ano de 1907) até 1959 os trajes tiveram um aspecto mais próprio do início do século XX, mas para dar legitimidade ao grupo estes foram postos de parte.

 
As Saias

  As saias das raparigas apresentam o bordo lateral levantado, subido e preso ao nível da cintura, ficando neste lado virado do avesso. Isto simboliza o momento em que na pesca artesanal, a Arte Xávega, as mulheres durante o momento em que ajudavam a puxar as redes, tinham necessidade de se deslocarem na areia sem atropelos. Para isso levantavam “um pouco” as saias prendendo-as à cintura.
 
Cachiné
O cachiné ou caxiné (lê-se cach'né) é o lenço que as raparigas usam sobre a cabeça, que de certo modo protege os cabelos do contacto da rodilha que suporta a cantarinha. Na realidade, além de que na actualidade ainda é uma peça do guarda-roupa feminino, nas origens da sua utilização, servia para resguardo do vento e do sol.

 
Foquim
O adereço masculino "foquim" que actualmente os dançarinos transportam, são de tamanho reduzido para cerca de 1/3 do tamanho original. Este recipiente, feito em madeira para resistir à água salgada, destinava-se ao transporte das refeições dos pescadores quando partiam para a pesca.A origem da palavra "FOQUIM" remonta ao séc. XIX vinda dos pescadores que em veleiros partiam para os mares gelados da Gronelandia em busca de pescado, sobretudo bacalhau. Por razões que têm a ver com as baixas temperaturas e o modo de vida da polpulação local era armazenada em recipientes com forma de pequenas barricas com alça, (tudo em madeira) balha de FOCA para ser utilizada para cozinhar e até para protecção da pele.


As Cantarinhas floridas

Desde sempre, em cada actuação do R. C., as raparigas enfeitavam caprichosamente os seus potes com flores naturais. Foi uma época em que o número de exibições não era muito grande, as flores eram oferecidas ou retiradas de algum jardim ou terreno e tempo livre não faltava. Hoje, por razões óbvias, tudo se modificou.Assim, houve necessidade de economizar tempo e dinheiro e as cantarinhas passaram a ser enfeitadas com flores em papel, material reconhecido para este fim. Plástico é que nem pensar! Durante largos anos foi utilizado este método. Se por um lado deu meios para expandir a criatividade dos componentes, os quais produziam lindíssimos desenhos e conjuntos de vivas cores nos enfeites das cantarinhas, por outro lado afastaram por completo o aspecto original
Eis que em 1989 uma componente (auxiliar) tomou a iniciativa de utilizar um material ainda mais apropriado, o tecido.Devido ao aumento no mercado de flores de tecido, não foi difícil conseguir vários conjuntos de flores para o enfeite das cantarinhas, dando-lhes um aspecto idêntico ao que acontece todos os anos no dia 1º de Maio que, por tradição, se utilizam flores naturais.A ideia foi bem recebida e as cantarinhas retomaram o seu aspecto original.





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